9 de outubro de 2011

Julinho “delivery” socorre vizinhança no Farid

Jovem acaba com o problema da distância até o sacolão e o supermercado e leva a feira até o cliente


Texto e fotos: PAULO MONTEIRO (matéria publicada originalmente pelo jornal Folha Norte:jornalfolhanorte.com.br).


Frutas, legumes e verduras frescas na porta de casa. Só mesmo os moradores do conjunto Farid Libos (Zona Norte) tem este privilégio, oferecido por Júlio dos Santos Pereira, o Julinho, de 24 anos, que nos dias de folga da Ceasa, onde é entregador, percorre todas as ruas do bairro com muita disposição e uma carriola carregada de laranjas, morangos, batata, mandioca e o que mais a dona de casa precisar na cozinha. Seu serviço é diferenciado na região e pode ser solicitado pelo telefone 8459-5335.


“Os alimentos são mais fresquinhos que nos outros lugares. Por isso, toda semana eu faço encomendas de caqui e batata”, diz Maria de Lourdes Trajano de Almeida, 59 anos, ressaltando ainda as virtudes do vendedor. “Esse garoto é um exemplo de pessoa, sempre foi trabalhador.” Quando não está no bairro, às terás, quintas e sábados, Julinho acorda às 3h30 para entregar legumes na Ceasa.


Desde os 16 anos vendendo verduras, frutas e legumes, Julinho assegura conhecer os produtos que oferece e seleciona só os melhores para os clientes. “Garanto que o produto que vendo, não são encontrados em nenhum supermercado.” Desta forma, admite não ser tão flexível na hora que a freguesia pechincha. “Por causa da qualidade, não posso dar um desconto muito grande, mesmo assim, meu precinho sempre agrada o pessoal.” Júlio também se especializou em vender alimentos pouco comuns no bairro, como a uva da variedade niagara: “É muito difícil encontrá-la aqui no Farid.”


Vendendo a bandeja de morango a R$ 2,50 e o pacote de batatas a R$ 2, conta que guarda quase todo o dinheiro que ganha. Há quatro meses, fez seu primeiro investimento, uma motocicleta que acelerou suas entregas. “Agora, meu objetivo é comprar um carro até o final do ano para atender os clientes mais distantes”, adianta. “Mas antes tenho que tirar carteira de motorista.”

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