26 de abril de 2011

Massacre no Rio põe escolas de Londrina em alerta



Profissionais de ensino criam formas para manter a paz dentro das salas de aula. Polícia busca a prevenção e a aproximação da comunidade

Texto: Paulo Monteiro (matéria publicada originalmente pelo jornal Folha Norte:jornalfolhanorte.com.br)

Fotos: Walkíria Vieira

Após o massacre na escola de Realengo, região Oeste do Rio de Janeiro, no início de abril, quando 12 crianças foram mortas a tiros por um homem de 24 anos, o alerta sobre a segurança soou entre professores, alunos e Polícia Militar. Fatos como brigas, armas e drogas, infelizmente, já fizeram parte da rotina de muitos colégios do município. A esperança é que os problemas parem por aí, já que ninguém está preparado para uma situação como a protagonizada pelos cariocas.

Para diminuir a violência nas escolas de Londrina, os métodos vão desde o diálogo até a instalação de câmeras de vídeo. A diretora auxiliar Giane de Souza Silva do colégio estadual Tsuru Oguido, no jardim Santa Rita (Zona Oeste), conta como mantém os 840 alunos em regime de paz. “Tentamos resolver tudo internamente. Mas, quando não conseguimos, ligamos para a Patrulha Escolar. Além disso, estamos cercados de muros altos e identificamos as pessoas na entrada”, explica. Giane diz que o colégio é tranquilo e que o último caso grave foi em 2009, quando um aluno da 5ª série foi visto com um revólver. De acordo com a diretora, o ponto forte é que grande parte dos professores são da região e conhecem as famílias do bairro.


Do outro lado da cidade, na Vila Yara (Zona Leste), fica o colégio estadual João Sampaio, com mais de 800 alunos. A diretora auxiliar Idi Cachione Rossi relembra o que já presenciou durante os 30 anos como professora no local. “No passado, houve muitas brigas e alunos que portavam drogas. Hoje, a maioria dos problemas é de indisciplina”, revela. Idi acrescenta que há muita atenção e cuidado com quem entra no colégio, “exigimos uniformes dos alunos para facilitar a identificação. Quando desconfiamos de alguém, chamamos a Patrulha Escolar, mas necessitamos mesmo de inspetores especializados em segurança”.


A diretora auxiliar Rosangela Ferreira Hoffmann do colégio estadual Professora Ubedulha de Oliveira, no conjunto Luiz de Sá (Zona Norte), destaca a força da comunidade no reforço a segurança dos 1.500 alunos. “Hoje, há câmeras em todas as salas de aula, secretaria, portão de entrada e quadra de esportes. Isso só foi possível com o apoio dos moradores da região que participaram de nossas promoções”, destaca. Outra forma de coagir a violência é não permitir estranhos dentro do colégio e, para isso, estão sendo instaladas catracas eletrônicas. A diretora espera, no entanto, supervisores

de pátio e a participação das famílias. “Geralmente, quando o filho alcança o ensino médio, os pais deixam de acompanhá-los até o portão do colégio”, critica.


Patrulha busca se aproximar da comunidade


“Procuramos trabalhar junto aos professores, pais e alunos”, diz o tenente da Patrulha Escolar da PM, Fernando Bonifácio Ferreira, explicando que 97% do trabalho é preventivo e feito através de dinâmicas realizadas entre a comunidade e os profissionais de ensino. Nelas criam-se perguntas, problemas, soluções e o comprometimento junto aos militares. Com isso, a comunidade percebe que tem responsabilidade sobre a escola e os alunos passam a ter uma boa relação com a polícia, ajudando a identificar os problemas como armas e drogas.

O tenente afirma que o contingente de policiais é excelente e que sempre estão fazendo palestras nos colégios sobre o respeito ao próximo, o bullying e a identificação de estranhos dentro dos locais de ensino. Ele informa que já houve registros de armas de fogo e drogas dentro das salas de aula, mas parte dos incidentes é relacionada à indisciplina e a falta de estrutura familiar. “Muitos pais não observam o comportamento dos seus filhos em casa e nem os acompanham na escola, que é uma obrigação.”

Para evitar possíveis surpresas, Bonifácio recomenda aos alunos andarem em grupos e denunciarem qualquer situação de risco. Aos pais, aconselha acompanhar os alunos até o colégio, além de sempre verificar internamente a bolsa dos seus filhos.

9 de abril de 2011

Complexo esportivo traz nova rotina aos moradores da Zona Norte


Depois de anos aguardando por uma estrutura esportiva no bairro, comunidade do Parigot III chega por volta das seis da manhã e só deixa o local no final da noite


Texto e fotos - PAULO MONTEIRO (matéria publicada originalmente pelo jornal Folha Norte: jornalfolhanorte.com.br)


O Complexo Esportivo do conjunto Parigot de Souza III (Zona Norte) está tirando os moradores de casa. Crianças, jovens, adultos e idosos dividem a quadra reformada, a mesa de pingue-pongue e a 20ª academia ao ar livre da cidade, além da conservação do local.


“O pessoal chega por volta das seis da manhã e à meia-noite ainda tem gente fazendo exercícios”, conta Lucimara Navarro, orgulha-se Lucimara Navarro, uma das representantes da comunidade. “Faz muitos anos que estamos há muito tempo reivindicando uma estrutura como essa no Parigot. Nos últimos oito meses, fomos várias vezes a prefeitura cobrar a reforma da quadra esportiva”, recorda. “Hoje temos até iluminação.”


Na reforma, entregue no início deste ano, foi construída também uma mesa de pingue-pongue e os frequentadores têm à disposição bolinhas e raquetes, além de duas bolas de futsal para a

quadra.

O estudante Luiz Gabriel de Oliveira Fabrício, 16 anos, compara o passado ao presente, “antes era só mato, chegava a ser perigoso e tínhamos lazer. A quadra não tinha nada, a gente usava os nossos chinelos para marcar a trave. Hoje temos um lugar para jogar bola até de noite”.


Dona Celina dos Santos, 76 anos, deixou a novela e os afazeres de casa de lado e também foi para a rua aproveitar o espaço, com a esperança de diminuir as dores nas pernas. “Achei boa essa novidade, sofro muito com dores nas pernas. Com esses aparelhos e exercícios posso melhorar. Por isso venho de dia e à noite.”


Vandalismo preocupa os moradores

Uma dos maiores receios dos frequantadores do complexo esportivo é o risco de vandalismo. “Tomara a Deus que as pessoas conservem tudo isso, moro aqui pertinho e sempre que tiver um tempinho estarei vigiando”, diz dona Celina.


Cristina Alzira Mazetto, 50 anos, concorda e defende que todos devem fazer a sua parte. “Precisamos de fiscalizar para que não destruam esse lugar. Cobramos do poder público essa construção, agora o povo tem que fazer a sua parte e cuidar. Vejo as academias ao ar livre em outras regiões da cidade e percebo que elas já sofrem com a falta de cuidado”, relata Cristina.

1 de abril de 2011

Páscoa movimenta Economia Solidária


Preço baixo, encomendas, variedade e exclusividade são alguns dos atrativos do Centro Público


Texto: Paulo Monteiro (matéria publicada originalmente pelo jornal Folha Norte: jornalfolhanorte.com.br)

Fotos: Paulo Monteiro e Walkíria Vieira


Chocolates para todos os gostos, em ovos e trufas, cestas para páscoa. Estes são alguns dos produtos à venda no Centro Público do programa Economia Solidária, localizado na Avenida Rio de Janeiro, 1.278, ou na antiga lanchonete do Parque Arthur Thomas. O grande

diferencial da iniciativa é o preço, além da variedade e oportunidade de encomendas personalizadas. As lojas ficam abertas das 9h às 17h30, de segunda a sexta-feira.


Depois de uma campanha de sucesso no último Natal, o programa espera um bom público também para essa páscoa. “Aguardamos a visita de 150 a 300 pessoas em cada dia”, aposta a gerente de inclusão produtiva Maria Inês Barroso. Segundo ela, estão envolvidas cerca de 300 pessoas e 38 grupos de Londrina e região.


Adriana Marques produz uma variedade de pães de mel, como o trufado e ao rum Há dois anos no Centro Público, ela diz que os pães são produzidos na cozinha comunitária

do bairro Vivi Xavier (zona Norte) e inspecionados pela Vigilância Sanitária. Adriana conta que investiu R$ 3 mil na produção para Páscoa. “Quero ter 100% de lucro.”


Visitando o local pela primeira vez, Maria Hatsue Ichikawa aprovou os produtos a venda. “Estou adorando tudo isso. As coisas são muito bonitas e gostosas, percebe-se ainda o capricho das produções”, admira.


Juntando o agradável ao rentável

Há mais de cinco anos expondo seus produtos no Centro Público de Economia Solidária, Suzete de Jesus Soares da Silva produz e comercializa roupas para bebês e tapetes de crochê. “A facilidade e a boa aceitação do público é o diferencial de vender os produtos aqui. Essa aceitação ocorre porque é um programa social e que incentiva uma nova forma de economia”. A comerciante demonstra satisfação. “Faço os produtos em minha casa, com minha mãe e irmã.


Sempre tive o crochê comoum hobby e hoje posso ganhar dinheiro com isso. Junto o útil ao agradável.”


Lindisay Andressa Mazotto cria, junto com sua irmã, produtos voltados à decoração, como caixas decorativas, porta-retratos entre outros, a maioria a base de madeira e papel. “Faz pouco tempo que estou no programa. Aqui é ótimo, usamos esse espaço para expor nosso trabalho e o cliente sabe onde encontrá-lo com facilidade. Nós, comerciantes, temos o mesmo objetivo, produzir e trabalhar com um produto que gostamos e, além disso, temos uma renda”, destaca Lindisay.

 

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