23 de dezembro de 2010

Roque Magno Santos, entre rimas e histórias



Autor de várias histórias mantém viva a literatura de cordel em Londrina







Texto e foto - PAULO MONTEIRO (matéria publicada originalmente pelo jornal Folha Norte jornalfolhanorte.com.br)

Aos 66 anos de idade Roque Magno Santos mantém viva a literatura de cordel na cidade de Londrina. Baiano, livreiro, autor de histórias e poemas, ele conta a sua experiência com a arte a qual foi alfabetizado e que aprendeu a produzir e divulgar. Santos também defende a literatura de cordel nas escolas, pois acredita na sua eficácia pedagógica e de aprendizagem. A literatura de cordel é um poema popular impresso normalmente em folhetos rústicos. Trazida de Portugal, foi incorporada pelos nordestinos e leva esse nome devido à tradição de pendurar folhetos em barbantes.

Nascido em Heliópolis (BA), Roque Magno Santos foi trazido, aos nove anos de idade, pelos pais a cidade de Paranavaí (PR). Anos depois chegou a Londrina, onde vive até hoje vendendo seus livretos e participando de feiras para divulgar a literatura de cordel. Ele defende esse tipo de literatura nas escolas, pois acredita na eficácia pedagógica e de aprendizagem.

Embora tenha sido alfabetizado com esta arte, foi na fase adulta que ele começou a escrever. Ele tem hoje mais de 40 histórias escritas, sendo que a primeira surgiu em uma homenagem à cidade de Maringá (PR). "Embora eu gostasse desta literatura, não pensava em escrever literatura de cordel até que, há 33 anos, um secretário de cultura de Maringá da época me fez um desafio em produzir algo para exaltar o aniversário da cidade que completava 30 anos", conta. Ele recorda-se do final daquele texto: “Maringá, hoje fazes 30 anos. Tem história e labor, que escreveram com suor e construíram com muito amor, teus pioneiros indômitos, o imortal trabalhador”.

O artista revela que não é um poeta, mas sim um romântico emotivo. “A inspiração de quem escreve a literatura de cordel não está na razão, está no que o autor sente. Não é o pensamento, é a emoção. A poesia nasce do sofrimento e a seca do nordeste é uma tragédia, e a tragédia trás a emoção e a criatividade”.

Ele observa que a linguagem deve ser sempre simples. "Os autores devem tomar cuidado com a linguagem impressa nos pequenos livrinhos para não sofisticá-la", comenta.

Admirador do paraibano Leandro Gomes de Barros, um dos grandes nomes da literatura de cordel, Roque Magno Santos fala um pouco da interferência da cultura extrangeira no Brasil. “Eu não condeno essa cultura estrangeira que é exibida em nosso país, temos que avaliá-la e consumir o que é bom e enriquecer ainda mais a nossa cultura brasileira”, opina.

E sobre a literatura de cordel como pedagogia, ele defende como um método eficaz de aprendizagem. “A escola perdeu o encanto. É preciso motivar as crianças a lerem novamente, e a literatura de cordel pode ajudar nessa questão, pois oferece uma leitura simples e rápida. No entanto, não é descartável, não é uma cultura “fast-food”. O artista baiano ainda vê um bom futuro à literatura de cordel, de acordo com ele, quanto mais o tempo passa, mais as pessoas tomam conhecimento de sua importância. “Metodologicamente é muito viável, é pequeno, fácil, curto e baratinho. Em qualquer lugar pode ser lida, e a rima que ele proporciona é muito instigante”, assegura Roque Magno Santos.


22 de dezembro de 2010

Londrinense foge do preço do álcool


A diferença de cerca de R$ 0,15 no litro do preço do álcool está levando o londrinense a abastecer em Cambé


Texto e foto - PAULO MONTEIRO (matéria publicada originalmente pelo jornal Folha Norte jornalfolhanorte.com.br)


Boa parte dos postos pesquisados aponta em Londrina o preço médio de R$ 1,88. Na cidade vizinha, o valor médio está em R$ 1,75, mas há lugares em que custa R$ 1,73. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de novembro, divulgado esta semana pelo IBGE, o aumento do etanol foi de 2,97%, frente a outubro.


Considerando as variações dos últimos 12 meses terminados em novembro, o preço do etanol está 2,17% mais caro. A gasolina acompanhou a alta, mas em ritmo menor, ao registrar elevação de 1,55% no acumulado.


A insatisfação com os preços está fazendo com que os motoristas de Londrina abasteçam em Cambé. Em uma rápida visita à cidade vizinha, nota-se que o combustível está realmente mais barato. Em alguns postos, a diferença quase chega a R$ 0,20. Tal “oferta” está chamando a atenção de alguns londrinenses, como o aposentado Paulo Okiama. “Venho de Londrina para abastecer álcool em Cambé. Em cada vez que encho o tanque, eu economizo mais ou menos R$ 10.”


Morador do Jardim do Sol, na Zona Oeste de Londrina, ele relata que o preço do álcool em outros estados é ainda menor. “Coloco o máximo de álcool em Cambé, o que o carro permite, ando por Londrina até esvaziar o tanque. Também costumo viajar para o estado de São Paulo, onde a diferença é ainda maior”, conta Okiama.


Indignado com o preço do álcool em Londrina, Nilton Begini dispara: “É uma pouca vergonha o que esse cartel de postos de combustíveis faz conosco. Deveria ter uma cobrança maior do governo em cima desses postos. O governo também poderia comercializar diretamente com o consumidor, quem sabe assim os outros postos também reduziriam os preços”, exige.


Sete anos morando nos Estados Unidos, o corretor de imóveis Lourival Vicente Neto diz ter levado um susto quando viu o preço dos combustíveis no Brasil. “Por ser um grande produtor de álcool, o Brasil, em qualquer que seja o posto, deveria vender o álcool no mínimo R$ 1 mais barato do que a gasolina. Somos o maior produtor de álcool de cana-de-açúcar do mundo e vendemos o produto tão caro a nós mesmos”, criticou.


MARGEM DE LUCRO É MENOR EM LONDRINA?

“Em comparação ao preço baixo dos postos de Cambé, eu prefiro não comentar, nem quanto à qualidade do produto deles, nem quanto à procedência. O nosso combustível eu garanto que é de ótima qualidade”, diz Luiz Cláudio de Oliveira, gerente de um posto na região central de Londrina, onde o álcool está R$ 1,86.


Oliveira justifica o valor em Londrina quando comparado com Cambé. “Na verdade, os postos só podem ganhar até R$ 0,30 por litro de álcool, e a gente nem chega a esse valor. Buscamos repassar o mínimo possível ao nosso cliente, compramos o álcool da distribuidora a R$ 1,60 por litro e ganhamos apenas R$ 0,26 em cima desse valor”, assegura.


Em Cambé, um gerente que preferiu não se identificar confessa que preferiria vender álcool a um preço maior, mas isso o levaria à falência. “O problema é que os nossos concorrentes vendem o produto muito barato, e para não perdermos mais clientes e falirmos, também reduzimos o preço e levamos prejuízo. Infelizmente, já ocorreram até demissões por causa disso, mas não há outra forma de superar o problema”, admite.


SINDICOMBUSTÍVES TENTA EXPLICAR DIFERENÇA

O vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lojas de Conveniência do Estado do Paraná (Sindicombustíveis) na região de Londrina, Durval Garcia Júnior, aponta alguns fatores para a diferença nos preços em cidades tão próximas. Segundo ele, o IPTU, o fornecimento de energia elétrica e de água em Londrina são muito mais caros do que em Cambé.


Durval Garcia Júnior confronta os valores e analisa a realidade dos postos de combustíveis entre as duas cidades. “Por exemplo, um posto à venda em Cambé, com capacidade para 150 mil litros de combustível, custará R$ 150 mil; aqui em Londrina, não será vendido por menos de R$ 400 mil. O aluguel de um posto na área central de Londrina, atualmente, é de R$ 15 mil; em Cambé, não ultrapassa R$ 5 mil”, justifica ele, acrescentando que, se o preço de Londrina fosse o mesmo de Cambé, “nosso lucro, por litro, seria de apenas R$ 0,28 e o deles de 40 centavos”.


Além disso, o vice-presidente destaca o baixo preço como um atrativo dos postos da cidade vizinha para segurar os clientes em Cambé. “Muitas pessoas que moram em Cambé trabalham em Londrina. Se não fosse essa diferença de preço, o morador de lá também iria abastecer o seu automóvel aqui”, comenta.


Esses, entre outros fatores, segundo ele, levaram empresários de Londrina a desistirem do negócio. Nos últimos anos, 60% dos postos de combustíveis de Londrina mudaram de proprietários.

Artes marciais garantem alimentos aos carentes















Ex-praticante de boxe, prefeito Barbosa Neto destacou a importância do evento que arrecadou alimentos para o Provopar

Texto e fotos - PAULO MONTEIRO (matéria publicada originalmente pelo jornal Folha Norte jornalfolhanorte.com.br)

Nem a chuva durante toda a tarde em Londrina afastou os amantes das artes marciais do ginásio Moringão. Todos com o mesmo objetivo: ajudar pessoas carentes com a doação de alimentos, assistir a grandes lutas e prestigiar um evento esportivo da cidade que completa 76 anos. O Londrina Fight 2 reuniu pessoas de Londrina e região. O evento arrecadou uma grande quantidade de alimentos para o Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar), que desenvolve ações sociais no Paraná.

A gerente administrativa do Provopar Londrina, Ana Lúcia Conti, comentou a importância da iniciativa dos organizadores. “Esse é o segundo evento em que somos parceiros. O início do ano é sempre mais difícil para o Provopar, nessa data ocorrem poucas doações e esse evento nos dará a oportunidade de continuar ajudando as famílias carentes e as entidades que mais necessitam.”
No Moringão estavam famílias inteiras atentas aos combates duríssimos em cima do ringue. O músico Edson Aramis, 41 anos, levou os dois filhos. “Trouxe meus filhos para prestigiar esse evento, somos praticantes e admiradores do esporte. É muito válido os organizadores também ajudarem uma instituição filantrópica. Outros eventos também poderiam destinar alimentos e outras doações às instituições que ajudam as pessoas”, recomendou o músico.

Em meio à emoção das lutas, as arquibancadas do ginásio tiveram também a sensibilidade do grande público feminino. A universitária Natália Lopes, 20 anos, de Penápolis (SP), teve a oportunidade de assistir pela primeira vez a uma luta de vale-tudo. “Eu faço boxe e também gosto muito de artes marciais. É a primeira vez que assisto a uma luta de vale-tudo ao vivo. Foi muito inteligente os organizadores juntarem o esporte, que é saudável, com a arrecadação de alimentos, que é louvável”, destacou Natália.

BARBOSA NETO ASSISTIU AS LUTAS
O prefeito Barbosa Neto se juntou ao público e acompanhou muitos chutes e socos que foram desferidos no ringue do Moringão. “Agradeço a organização e a todos que participaram desse evento, é o segundo ano que estamos juntos. Londrina inovou outra vez, já que nenhum outro município do Brasil promove um evento como esse sem a cobrança de ingresso. O Provopar precisa muito dos alimentos arrecadados nesse domingo, que serão destinados a muitas pessoas em 2011”, disse.

Ex-praticante de artes marciais e boxe, Barbosa Neto conta que a prefeitura sempre estará disposta a apoiar iniciativas filantrópicas como essa. “Esperamos mais eventos como esse, a prefeitura ajuda a promover esportes que também ajudam a trazer mais recursos e doações a famílias carentes. Eu tive o prazer de praticar boxe durante alguns anos e gosto muito de esportes, não dá para eu lutar mais, mesmo assim procuro prestigiar sempre”, explicou.

RESULTADOS
Vale-tudo (MMA)
Jonas Lis, Londrina (PR), por finalização, venceu Railan Marcondes, Ponta Grossa (PR).
Edson Mosca, Londrina (PR), por finalização, venceu Maicon Furlan, Assis (PR).
José de Batista Neto, Londrina (PR), por finalização, venceu Rogério Pitbull, São Paulo.
João Paulo, São Paulo, por desistência do adversário, venceu Quaresma Jacaré, Londrina (PR).
Ari Marcel, João Pessoa (PB), por finalização, venceu Wellington Blen, Ponta Grossa (PR).
Muay Thai
Rafael Atilho, Londrina (PR), por decisão dos juízes, venceu Maicon Sidrak, Ponta Grossa (PR).
Boxe profissional
Edilson Pereira Agostinho, Londrina (PR), por nocaute, venceu Marcos Werner, Ponta Grossa (PR).
 

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