24 de setembro de 2011

Ribanceira consome área de lazer na Zona Oeste

No Jardim Maria Lúcia, área de lazer está rodeada por um barranco, um perigo para crianças e para quem não conhece as armadilhas do lugar

Texto: Paulo Monteiro (matéria publicada originalmente pelo jornal Folha Norte: jornalfolhanorte.com.br). Fotos: Walkiria Vieira.


Uma grande área entre as Ruas Yoshimasa Suzuki e Antonio Carlos Coral tem sido motivo de preocupação para moradores do Jardim Maria Lúcia (Zona Oeste) e alguns deles estão trancando as casas para proteger os filhos. O local, que abriga um campo de futebol, serve também de passagem para quem se desloca pelo bairro, mas está rodeado por uma ribanceira com quase cinco metros de profundidade, mato alto, falta de iluminação e, consequentemente, segundo a vizinhança, vem sendo usado também por usuários de drogas e para prostituição.


“Já vi pessoas utilizando isso aqui como motel”, relata a dona de casa Maria Alice Augusto, 43 anos, em frente ao lugar que, denominado por ela, é assustador e perigoso tanto à noite quanto de dia. “Faz 10 anos que moro no bairro e sempre foi esse abandono. Não temos paz, isso quando chove vira uma barreira só. Sem dizer que não posso abrir o portão por causa do perigo das crianças caírem neste buraco”, mostra a ribanceira, uma verdadeira armadilha. Quem chega ao local pela Rua Yoshimasa Suzuki, não consegue enxergar o buraco que está à frente.


A violência é outro motivo que assusta e aprisiona os moradores vizinhos ao local. “Quando escurece, é cadeado no portão e tranca nas portas por causa da quantidade de usuários de droga aí nesse mato”, disse Mayara Mamfio, 18 anos. Como exemplo, o líder comunitário do bairro, João Colly, recorda um duplo assassinato ocorrido ali. “É triste. No final de 2009, duas pessoas foram mortas com vários tiros.” Colly conta já ter pedido socorro diretamente ao prefeito Barbosa Neto. “Há um mês, cobrei dele que melhorasse pelo menos a iluminação e colocasse uma proteção para evitar que joguem lixo e que alguém caia morro abaixo, mas até agora nada.”


O secretário de obras, Agnaldo Rosa, esteve na área nesta semana e disse que o problema é antigo - “aquele buraco tem mais de 15 anos”, porém, verificou que a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) retirou terra do local, piorando a situação. “Não sei se foi para aumentar o campo de futebol ou para cercar o ecoponto que existe ali perto”, disse.


A CMTU foi consultada pela reportagem e, através da sua assessoria de imprensa, afirmou que a ribanceira no local não foi provocada pela companhia, no entanto, se disponibilizou a encontrar uma solução paliativa junto à secretaria de obras. O presidente da Fundação de Esportes de Londrina (FEL), Claudemir Vilalta, órgão administrador das questões esportivas do município, também foi procurado, mas afirmou que não sabia do caso, no entanto se comprometeu a encaminhar uma equipe para visitar e verificar o local.

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