1 de agosto de 2011

Londrinenses dão show de nocautes

Em oito lutas, sete vitórias, quase todas decididas no primeiro round. Evento arrecadou 1 tonelada de alimentos

PAULO MONTEIRO (matéria publicada originalmente pelo jornal Folha Norte: jornalfolhanorte.com.br)


Um novo recorde marcou a quinta edição do Londrina Fight, disputado no último domingo, no ginásio Moringão: em menos de um minuto do primeiro round, o lutador londrinense José de Batista Neto nocauteou Cristiano Silva, de Ponta Grossa. Foi o quarto combate da noite, pela categoria até 88 kg (MMA). Após derrubar o adversário, Neto desferiu vários golpes, obrigando o juiz a interromper a luta. O público, que levou ao ginásio uma tonelada de alimentos, aplaudiu muito os lutadores da casa.


Destaque também para o sétimo combate da noite, quando o jovem Rafael “Venenoso”, de apenas 17 anos, venceu Antonio Sherek, de Lages (SC) na categoria até 90 kg (MMA). Os primeiros minutos de combate tiveram o domínio do catarinense, que não conseguiu aproveitar a vantagem no chão e permitiu que Rafael ficasse em pé novamente. O “Fenômeno Venenoso”, como já é chamado, aproveitou a oportunidade e, depois de três chutesdesferidos na cabeça, apagou Sherek, ainda no primeiro round, que precisou do apoio dos médicos, recobrando a consciência logo em seguida.


Com os resultados da noite, o Londrina Fight mantém a fama de vitrine dos atletas londrinenses. Já na primeira disputa, o lutador de Ponta Grossa, Henrique Miranda, desistiu do combate assim que terminou o round inicial , dando a vitória a Lucas Morais. O lutador da casa acertou fortes joelhadas e bons socos no adversário, que contra-atacava com golpes parecidos, porém mais leves. Miranda preferiu não voltar para o segundo round.


Edson Mosca, de Londrina, e Adriano Camilo, da cidade paulista de Assis, lutaram na categoria até 75 kg e chegaram ao segundo round. O visitante começou com vantagem, com rápida movimentação e fortes socos. Mas a resistência de Mosca, uma das características marcantes do atleta, foi superior e ele definiu o combate com um armlock (chave de braço), no início do segundo round.



Apenas uma luta perdida para os londrinenses foi na categoria até 90 kg (MMA), entre Lucas Bonatto e Alessandro Santos, de Marília (SP). O combate teve bons contra-ataques, porém o londrinense, já demonstrando cansaço, foi nocauteado com socos nos primeiros minutos do segundo round.


O londrinense Renato Pezinho, com o apoio maciço da torcida, também nocauteou o visitante Sindoval Pinheiro, de Ponta Grossa, já no primeiro round, pela categoria até 77 kg. Na categoria até 68 kg, Roger “Massacre”, de Londrina e Lucas Pilão, de Foz do Iguaçu, passaram alguns minutos se estudando e, após alguns ataques frustrados, Massacre derrubou seu adversário e finalizou com um “mata-leão”, também no 1º round.


O Londrina Fight V terminou com a luta de boxe profissional entre Edilson Agostinho e Jeferson Bergamo, de Lages (SC), na categoria até 80 kg, e fechou com “chave de ouro” a noite dos londrinenses. Edilson demonstrou superioridade técnica durante todo o primeiro round, conseguindo um knockdown. No início da segunda etapa, ele confirmou o favoritismo e definiu a luta com um nocaute.


Torcida comparece e reúne toda a família


O motorista Marcelo Aguiar levou o filho Renan e a irmã Paula para acompanhar de perto o que só tinham visto pela televisão: MMA. “É diferente. Sempre assistimos em casa e hoje resolvemos sair da rotina e ver ao vivo.” A copeira Paula Aguiar ajudou acompor o grande público feminino que esteve no Moringão. “Muita gente acha violento, mas eu não penso assim. Sei que é um esporte e sempre acaba tudo bem para os atletas.” Renan, de 14 anos, disse que costuma ficar acordado até de madrugada para ver seu programa predileto: o UFC (principal evento de artes marciais do mundo).


O presidente da Liga Paranaense de Muay Thai, José Roberto Nicolau, o mestre Kim, ficou satisfeito com o resultado do evento e defende que o Londrina Fight ajuda a aproximar os jovens das artes marciais, afastando-se dos vícios e da vulnerabilidade social. “O esporte tira os adolescentes das ruas, das drogas, e permite que eles se profissionalizem e possam viver financeiramente da luta.”


Christian Tidi, um dos lutadores mais experientes da cidade e treinador da equipe londrinense que participou do Londrina Fight, diz que foi uma grande oportunidade para mostrar os talentos locais. “Fico feliz em ver que o trabalho que começamos em 1997, quando organizamos o primeiro Vale Tudo (MMA) de Londrina, tem uma continuidade tão bem feita.”


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