17 de julho de 2011

Alunos do jardim Paraíso levam família para doar sangue


Além de salvar vidas, gesto ainda garantiu aos estudantes da Zona Norte uma nota extra no final do 1° semestre


Texto: Paulo Monteiro (matériapublicada originalmente pelo jornal Folha Norte: jornalfolhanorte.com.br) Foto: Walkiria Vieira

Além de ganharem 10 pontos na disciplina, os alunos do Colégio Behair Edna Mendonça, no jardim Paraíso, tiveram a oportunidade, na última terça-feira, de fazer a primeira doação de sangue. O Ministério da Saúde ampliou a faixa etária dos doadores, que pode ser de 16 anos, com o acompanhamento do responsável, até os 68 anos de idade. Os jovens que ainda não alcançaram o peso (50 kg) ou a idade mínima, levaram os pais, tios, irmãos e vizinhos para doação. A coleta foi feita pelo Hemocentro do Hospital Universitário (HU), que também fez no local o cadastro de doadores de medula óssea.

Aline dos Santos, 16 anos, é aluna do 1° ano do ensino médio e fez questão de convidar a mãe para ver sua primeira doação de sangue. “Não foi pela nota extra, sempre tive vontade. Além do mais, posso precisar dessa ajuda mais na frente, né.” Infelizmente, Aline não atingiu o peso mínimo e, pelo menos desta vez, não doou. No entanto, sua mãe, Eva de Lourdes Batista Ferreira, 40 anos, participou. “Só vim para acompanhar e acabei me sensibilizando com o gesto.” A mãe conta que, por medo de agulha, há sete anos não conseguiu fazer a doação para a própria irmã. “Ela havia perdido muito sangue na gravidez, mesmo assim não tive coragem de doar, mas graças a Deus, hoje eu consegui.”

O estudante Guilherme Martins Viol, 19 anos, não levou ninguém de sua casa, mas garantiu a sua participação. “O pessoal está todo ocupado, mas eu vou fazer a minha parte e doar.” Aprovando a idéia de ganhar uma ‘forcinha’ no final do semestre, ele prometeu que esta não será a sua última doação. “Além de ajudar alguém, ainda ganhei 10 pontinhos na matéria. É ótimo, não vejo a hora de fazer tudo de novo”, destacou.

Mais adultos aceitaram o convite dos alunos do colégio, como a auxiliar de cozinha Luciana Silveira, 34 anos. “Minha filha Caroline só tem 13 anos e por isso doei no lugar dela. É a primeira vez: não dói nada e é bem tranquilo. Vou fazer mais vezes”, prometeu.

O conferente de cargas Ademir Aparecido Ribeiro, 46 anos, também marcou presença. “Doo sangue há oito anos. Esse exemplo é muito bonito e quero mostrá-lo para a minha filha Juliana. Pena que não é todo mundo que pensa assim”, disse Ribeiro, aguardando a sua vez na fila. Já doando sangue estava a auxiliar de produção Maisa Cardoso Moreira, 26 anos. “Meu sobrinho, João Henrique, foi quem me chamou. Não pensei duas vezes.”

Coleta externa reforça

estoque do Hemocentro

A professora de biologia, Tatiana Bispo, foi uma das organizadoras da coleta seletiva no Colégio Behair Edna Mendonça e disse que esta foi a segunda vez que os alunos receberam a visita do Hemocentro. “Momentos assim servem para nós educadores interagirmos com a comunidade e alunos e, é claro, ressaltar a importância de salvar vidas com um simples gesto.” A professora ainda acrescentou que parte das doações é para uma moradora do jardim Paraíso que está com câncer. “Assim aproveitamos para ajudar uma pessoa da região”, destacou.

A técnica administrativa do Hemocentro, Rosane Higenberg, conta que a alteração do limite mínimo para os 16 anos, feita pelo Ministério da Saúde no dia 14 de junho, tem ampliado o estoque do banco de sangue da instituição. “As coletas externas também são de extrema importância e nelas ainda é possível aumentar nosso banco de cadastros de medula óssea”, relata a técnica, dizendo que o Hemocentro visita dezenas de locais durante a semana. “A quantidade de coletas varia bastante, depende do dia e do lugar.”

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