
Toda essa praticidade vem acompanhada de um resultado que pode ser de alívio para uns e de desespero para outros, pois ninguém está preparado para aceitar uma nova vida, talvez, agora acompanhada de um vírus estigmatizado pela sociedade. Descobrir o HIV de forma rápida agiliza o tratamento e torna mais fácil direcionar os medicamentos para o tipo de soro específico do portador.
O CTA possui uma equipe multiprofissional para o atendimento, oferecendo a todos assistência médica e social, farmacêutica, psicológica, odontológica e de enfermaria. O interessado em fazer o teste é cadastrado e convidado a assistir a uma palestra de 30 minutos, preliminar ao teste rápido. O centro costuma receber diariamente uma média de 15 pessoas interessadas no teste.
Proferida pela orientadora Ilda Cássia Baptistotti, a palestra tem cunho esclarecedor. No início, Ilda explica a diferença entre a aids e o HIV. O HIV é o vírus que desenvolve a aids e, após a pessoas ser infectada, em muitos casos ela só sentirá os sintomas depois de oito meses.
A palestra ensina como utilizar corretamente os preservativos masculinos e femininos. Outro ponto destacado pela orientadora é o preconceito, isso porque muitas pessoas portadoras de HVI acabam sendo marginalizadas. Segundo ela, o HIV, por característica, já deprime a pessoa e, como se não bastasse, pela exclusão social, ela fica ainda mais debilitada.
O entregador Alessandro Sales estava fazendo o teste no dia em que a reportagem esteve no CTA e diz ter sido “cobrado” pela esposa. “Eu vim fazer o teste por causa da minha mulher, sou casado há pouco tempo e ela cobrou de mim o teste de HIV. Ela me avisou que o teste era rápido e gratuito”, comenta. Sales deseja saber mais sobre sua saúde, para depois pensar em filho, ”meu objetivo é que o teste dê negativo para que eu possa ter filhos. Em primeiro lugar, buscamos saber como está a nossa saúde, para depois termos o nosso filho saudável”, afirma. Ao final da palestra, a pessoa é convidada para fazer o exame, quando são retiradas algumas gotas de sangue e, cerca de 15 minutos, recebe o seu resultado do teste rápido de HIV.
Há uma década o teste rápido de HIV é feito em Londrina. Tudo começou nas maternidades públicas e, hoje, existem duas unidades básicas de saúde no município que podem fazer o teste e esclarecer as dúvidas sobre o assunto, diz a gerente do Programa Municipal de DST, aids, hepatite e tuberculose, Regina Márcia Cortes Correa.
O CTA tem equipe multiprofissional e recebe recursos do Ministério da Saúde para serem destinados aos portadores de HIV, medicamentos e até cestas básicas e transporte se houver necessidade.
Regina enfatiza a importância da prevenção e a promoção de conhecimento prévio da doença. Já que, quando a pessoa descobre precocemente que é portadora do vírus HIV, é muito mais fácil adequar os medicamentos para o tipo de soro que a infectou.
A descoberta do vírus exige o acompanhamento de pessoas preparadas para dialogar, acolher emocionalmente e esclarecer ao portador que a vida não termina ali, apenas terá um novo começo. Uma das profissionais responsáveis por esse trabalho é a psicóloga Josani Campos da Silva.
“Atendo as pessoas que já receberam o diagnóstico positivo de HIV e também seus familiares. Além dos portadores direcionados pelo próprio CTA, também seus familiares. Além dos portadores direcionados pelo próprio CTA, também recebemos os de hospitais de toda a região de Londrina. Por mês, passam pelo CTA cerca de 200 pessoas.
Pelo menos dois meses após a última relação sexual anal, vaginal, oral sem a proteção da camisinha. Isso porque durante esse período o vírus não é detectado pelo exame. Dois meses também após compartilhar seringas e agulhas (uso de drogas, tatuagens, Piercings). E toda gestante durante o pré-natal. Para fazer o exame não é necessário estar em jejum. É necessário estar acompanhado de documento com foto e chegar 20 minutos antes da palestra.
Como se prevenir do HIV
Segundo o Departamento de DST, a camisinha é o meio mais seguro de se prevenir contra o aids e contra outras doenças sexualmente transmissíveis (DST). Outras formas de se prevenir contra tais doenças é não compartilhar seringas e agulhas. Todo cidadão tem direito ao acesso gratuito aos medicamentos antirretrovirais, que inibem a reprodução do HIV no sangue.