9 de maio de 2011

Um amigo chamado cavalo


Equoterapia tem contribuído muito para o tratamento de crianças com dificuldades motoras


Texto: Paulo Monteiro (matéria publicada originalmente pelo jornal Folha Norte: jornalfolhanorte.com.br)

Fotos: Walkíria Vieira

A equoterapia está dando a muitas pessoas a oportunidade de conhecer seus primeiros movimentos físicos. A atividade é uma fisioterapia realizada em cima de um cavalo, mas vai além, já que também proporciona progressos psicológicos e sociais aos pacientes. Sendo maioria neste tipo de terapia, as crianças se tornam a cada sessão menos limitadas e aprendem aos poucos a lidar melhor com o seu próprio corpo e com o animal que as ajudam no tratamento.

O fisioterapeuta André Celso Matias é um dos poucos profissionais que trabalham com esta técnica em Londrina. Ele destaca as peculiaridades dos exercícios e alguns recursos encontrados apenas na equoterapia. “O mais importante é o movimento tridimensional que imita o caminhar humano, pois as posições ocorrem de cima para baixo, de um o lado para outro e da frente para trás”, esclarece. Segundo Matias, a atividade proporciona ao corpo, pot meio do cavalo, receber mais de 20 mil informações nervosas durante as movimentações.


Os resultados são relativos a cada paciente e podem ser notados a partir de três a sete sessões. O fisioterapeuta ressalta outra característica da técnica. “Tem ainda a questão social, porque a criança, normalmente, chega até nós em uma cadeira de rodas, vendo o mundo sempre de baixo para cima. A partir do momento que ela caminha sobre o cavalo, passa a ver o mundo por uma nova perspectiva, tendo uma visão superior sobre as outras pessoas”, destaca.


A psicóloga Mari Tereza Molinari acompanha Matias durante as terapias e aponta as vantagens. “A autoestima e o desenvolvimento social são importantíssimos neste trabalho. Pois a relação com o cavalo também costuma ajudar no progresso emocional, já que a pessoa aprende a superar muitos medos, entre eles, do próprio animal.”


Poucas sessões, muito progresso


Uma das pacientes da equoterapia é a garota Trinity, de um ano e oito meses. Quando era recém nascida, teveicterícia e a parte motora de seu corpo comprometida. Após dois meses participando da terapia, os primeiros resultados foram suficientes para deixar sua avó contente. “Antes minha neta não conseguia ajoelhar nem sentar, hoje isso já é possível. Inclusive, os professores da creche me disseram que ela está mais ágil, conta a dona de casa Sirlene de Abreu Curunzi, relatando que após cada sessão de equoterapia, Trinity fica mais calma e relaxada.


Dedicado, o avô Merquídio de Oliveira é outro que sempre faz companhia à netinha durante as terapias e também avalia a sua evolução. “Os braços, que quase não mexiam, hoje se movimentam para quase todos os lados. O pescoço dela era bem molinho e, depois de três sessões, está bem melhor. Praticamente o seu corpo inteiro está mais firme”, avalia.


“Queremos oferecer sessões gratuitas”


Infelizmente, o trabalho realizado pelo fisioterapeuta André Celso Matias e a psicóloga Mari Tereza Molinari ainda não pode ser realizado gratuitamente. No entanto, eles já disponibilizam meia bolsa para alguns pacientes e procuram parceiros para oferecer a terapia sem custo aos carentes. “Nossa intenção é ajudar de forma gratuita, mas para isso, precisamos de alguém para bancar gastos. O custo mensal de um cavalo sai em média R$ 1.300, com alimentação, manutenção do local onde vive, além do seu aluguel e do espaço para fazer os exercícios” explica Matias.


O valor da mensalidade para cada paciente é R$ 190, sendo uma sessão semanal de 30 minutos. O contato pode ser feito diretamente com o fisioterapeuta André, pelo telefone: 9959-6060, ou na Villa Hípica de Londrina, Avenida Tiradentes, 3333, jardim Jockey Clube, telefone: 3324-0001.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 

©2009 comuniferia | by TNB